quinta-feira, 10 de julho de 2008

Pergaminho em Asti.

Com muitas andanças em coberturas pelo mundo, fatos reais e pitorescos acontecem com os viajantes profissionais. Isto acontece com todos que tiram o nariz para fora, conhecendo outras culturas, histórica e geográfica, dos lugares com conceitos totalmente diferentes do lado de cá. Quando estive na cobertura da Copa do Mundo em 1990, na Itália, pela Rádio Tupy e grande rede de emissoras de rádio, ao lado de grandes profissionais, como Edemar Annuseck e Barbosa Filho, por quase 60 dias conviví com o modo de vida dos italianos. Localizado em uma cidade com 30 mil habitantes de nome, Asti , perto de Turim, sede inicial da Seleção Brasileira, fiquei hospedado no Hotel Genôva, cujo proprietário de nome Enzo, era um doente torcedor do Torino. Aos poucos fui me inteirando das coisas desta cidade, conhecendo alguns jornalistas do Corrière de la Serra e Stampa, em participações diárias nos treinamentos e entrevistas com a delegação brasileira. Tomado de surpresa em um desses dias, por entenderem que criticava muito a forma de jogar do escrete canarinho, pois, Lazzaroni lançou em pleno mundial um 3-5-2, jamais jogado no Brasil, na verdade uma loucura, fizeram uma entrevista de 1/4 de página comigo, bem antes do desastre frente a Argentina. Em uma dessas falas ficou gravado no jornal e na mente a seguinte frase que dei: "Il giorno que Brasile tomare um gol non fare due" ou seja, o dia que o Brasil tomar um gol não fará dois. Foi o que aconteceu. Como bem antes havia sido convidado por Enzo, a participar de uma sessão plenária na Comunale de Asti, conhecendo seus vereadores e o Síndaco (prefeito), proferi as mesmas palavras de desencanto com nossa seleção e, tempos depois (1993), recebi um convite para voltar à Asti para receber um pergaminho por minha palestra que antecipava o fato da derrocada brasileira. Para aqueles amigos que gostam e pedem fatos, histórico ou pitoresco, a verdade é que foi muito prazeroso este momento que, com toda certeza, teve o dedo do amigo italiano Enzo por sua simpatia.
Quem não conta dinheiro, conta história.

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