quarta-feira, 2 de julho de 2008

Sufoco em Portugal.

Lembram os senhores do Plano Cruzado do Collor? Pois, pois, já é uma frase portuguesa, mas que fria que passei ao lado de alguns companheiros, depois de uma cobertura de Fórmula 1, em Estoril. Foi no ano de 86, quando a dificuldade era imensa para reaverem o seu rico dinheirinho no banco, fazendo o brasileiro viajar por todo mundo. A companhia portuguesa TAP , vendera na época os seus boeings, para terem os mais novos, os Tristars, com mais conforto e menor capacidade de assentos no atendimento. Ao lado da poderosa Varig, anos atrás evidentemente, como eram as bandeiras de saída do simpático país, conseguiam sempre resolverem a demanda ao natural. Só que neste caso, ninguém estava preparado para tanta gente. A preferência sempre recaia para a Abreu, empresa destacada no turismo português em outros tempos e, quando não, seria naturalmente a Polvani, mas ligada com o turismo pela Itália. Overbook era a palavra mais comentada nos saguões do Aeroporto Portela de Sacaven, em Lisboa. Se bobeasse dormiria no aeroporto, pois, os hotéis estavam abarrotados de gente. Para diminuir a conversa, após 5 dias entre chegar ao balcão de atendimento da empresa e voltar para o hotel, sempre no stand-by, passei a ser o chefe da "comitiva" já em torno de 32 pessoas, misturadas com várias nacionalidades. Perdendo um pouco da serenidade, passei a fazer "teatro" em frente a sede da TAP, no centro da cidade, exigindo que pagassem as despesas diárias para todos. O que eles alegavam? Que estávamos em request, ou seja aguardando por assentos. Só que tínhamos OK, nas devidos bilhetes. Foi aí que a diretoria desta empresa vendo o tumulto estabelecido, em conversa com o diretor do DAC no Aeroporto, acabou aceitando a parada técnica de um vôo vindo da Índia, para acomodar a todos. A verdade é que era um avião de carga e que passou a ter 32 pessoas a bordo. Final da história, foi feita uma "vaquinha" e fomos todos antes do embarque comer um bacalhau regado a vinho, pois, ninguém é de ferro. Que chegada triunfante.
Quem não conta dinheiro, conta história.

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