segunda-feira, 2 de março de 2009

Chiquinho e a medalha.

A controvérsia do artigo 9, do atual Regulamento do Campeonato da Federação Paranaense de Futebol, parece que hoje poderemos chegar ao consenso com os clubes assimilando e aceitando as prerrogativas, me traz a lembrança de um caso quase idêntico em 1978, quando o Coritiba F.C., sagrou-se campeão nos famosos 3 jogos decisivos em pleno Belfort Duarte, simplesmente, os maiores públicos presentes a uma decisão. Foi tão extraordinário que mesmo com empates em 0x0 foi decidido em penalidades máximas com a casa cheia. Muito bem. Vamos agora rebuscar alguns momentos para tanto. Na verdade, o time do Atlético era superior naquele momento, contando com excelentes jogadores e um comando experiente com Diede Lameiro e Hélio Alves. Pelo lado do Verdão, um time de operários, mas determinados, essa era a exigência do excêntrico técnico Chiquinho, com Reginaldo, Norival contando com a técnica de jogadores como Pedro Rocha, o goleiro Manga, assim como Cláudio Marques, que completou a série de gols em penaltis. Agora é que vem o aspecto de como o time do Coritiba chegou a disputa. Num determinado momento da competição, sentindo o efeito da diferença técnica, o técnico Chiquinho entendia que deveria jogar a partida em Pato Branco para perder, assim fugiria do Furacão naquele instante, para encontrá-lo na fase final. E isso aconteceu. A derrota foi tão vexatória por 3x1 no sudoeste paranaense, que na cabine do Estádio, fiz as maiores críticas aos dirigentes e ao técnico, não entendendo como um time com a história do Verdão, entregaria um jogo de barbada para fugir do seu concorrente. Claro, o técnico Chiquinho e o preparador físico Gilberto Tim, tentaram desviar o foco da crítica, e a responsabilidade passou a ser maior. Nos acontecimentos dos fatos, após a conquista do título, eis que chega ao meu escritório o técnico campeão Chiquinho, com a medalha de campeão, colocando no meu peito, como dizendo, eu estava com a razão. Engraçado que até hoje não aceitei a provocação, mas e aí, com esta ordem inversa o título chegou. Um dia, muitos anos depois, encontro-me por coincidência com o Francisco Neto, o Chiquinho no Aeroporto de Paris e a conversa continuou . Passamos a ser amigos. Bem a tempo, leio que o técnico Ivo Wortmann quer chegar em 4º lugar na tabela para enfrentar os melhores adversários em casa. Não digo mais nada.
Quem não conta dinheiro, conta história.

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