quarta-feira, 25 de março de 2009

O ídolo Júlio Botelho.

Enquanto a situação não se resolve, quanto a outra etapa do Campeonato Paranaense, pois, ao invés dos comentários alusivos de quem poderá estar na etapa final, fico nos devaneios da vida lembrando fatos que me cercaram dentro da área esportiva. As vezes me preocupo com o que vocês possam estar pensando quando relato assuntos que passaram nessa minha existência de atleta e radialista. Mas, vendo o Portal mais visto sobre jogadores, do comunicador Milton Neves, li na íntegra o histórico de Júlio Botelho, o Julinho do Palmeiras, da Seleção Brasileira e da Internacional de Milão. Jogando pelo seu famoso Palestra, Julinho foi convocado participando do Mundial de Futebol, em 1954 na Suíça. Aqueles que se recordam sabem que a nossa seleção perdeu para a Hungria por 4x2 na bela cidade de Berna, sendo desclassificada de forma antecipada, dando origens a diversos comentários ainda mais com a perda do título de 50, em pleno Maracanã. Depois da sua boa performance, de um ponta muito rápido e chute forte tanto com a perna direita como a esquerda, Julinho foi para o futebol italiano, jogar pela esquadra da Inter de Milano, ficando por muitos anos consagrado pelo seu bonito futebol, até seu regresso em definitivo para a Cidade de São Paulo, morando novamente no bairro da Penha, seu reduto sentimental. Mas, antes do seu retorno em definitivo, Julinho foi chamado a participar pela Seleção Brasileira de um jogo amistoso em 1959, contra a Inglaterra, após a monumental conquista na Suécia. Como o idolatrado Garrincha não pode jogar, Botelho foi a campo com a camisa 7, ouvindo uma sonora vaia quando o serviço de alto falante pronunciou seu nome no lugar do intrépido Mané. Final do jogo, 2x0 para Brasil, e Julinho ovacionado pela galera que em pé saudava o seu magnifico futebol em pleno Estádio Mário Filho. Com seu retorno nos idos de 64/65, foi terminar sua carreira onde deveria, na S.E.Palmeiras. Estando nos primeiros anos de convivência no profissional, atuando pelo Juventus da Moóca, o Moleque Travesso, fui me acostumando a jogar contra consagrados atletas daquela geração de ouro, sendo um deles o Julinho. Foi uma partida do Campeonato Paulista, em pleno Estádio do Pacaembú. Naquela época, como havia ponta de verdade em todos os times, o lateral esquerdo era mais marcador procurando não dar o fundo, como se diz na gíria da bola, para o cruzamento faltal dentro da grande área que estaria com certeza a presença do Leão da Copa, Vavá, meu técnico, Sílvio Pirillo, que fora outro grande jogador, pedia para que não abandonasse o Paulo, lateral do Juventus, e se o Botelho fizesse a diagonal que me apresentasse para o bote e sair jogando. Para quem é do ramo deve ter entendido. E assim foi até o fim e a partida terminou empatada. Imagine para mim, enfrentando Djalma Santos, Zequinha,Vavá, Djalma Dias e Ademir da Guia. Entre os abraços de confraternização após o jogo, me surpreendi com a presença do ídolo Julinho Botelho, com muita gentileza e educação, dirigindo-se a mim dizendo: "Garoto é só ter juízo, por que bola você têm." Ficou tão marcado esse pronunciamento, que quando cheguei pela 1ª vez em Milão, para a transmissão de uma partida da Seleção Brasileira, ao lado do companheiro Lombardi Jr, palmeirense, fomos jantar no restaurante, não me recordo o nome, que até hoje tem uma placa e uma mesa, que reverencia o famoso Botelho. Não poderia deixar de passar esta oportunidade quando li a matéria realizada pelo Portal Milton Neves.
Quem não conta dinheiro, conta história.

Nenhum comentário: