Essa polêmica envolvendo as equipes do Marcílio Dias e Toledo, me faz lembrar de um momento acontecido em Istambul, na Turquia, quando o Coritiba F.C., participou de um torneio em 1972. Depois de conquistar o mesmo, houve um amistoso entre o Verdão e a Portuguesa Desportos, enquanto se aguardava outro encaminhamento da excursão, tanto para uma equipe como para outra. Na verdade, com o que se fala hoje do futebol turco, tive a oportunidade jogando contra as suas melhores equipes, como Fenerbaçe, Besikas e Galatasaray, de assimilar que teria este país um futuro promissor, baseado já na boa qualidade de seus jogadores. O empresário desta excursão era o famoso Elias Zacour, homem de confiança do então sr. João Havelange, que estava a caminho da presidência da FIFA. As delegações recebiam uma verba diária e prêmios quanto aos jogos, e o segredo da boa continuidade na Europa e Ásia, seriam as boas apresentações. Havia uma amizade tão grande entre os jogadores das duas equipes, pois, almoçavam e jantavam juntos, indo para o campo de treinamento no mesmo ônibus, enfim, estávamos lá para mostrar o verdadeiro futebol brasileiro, num tempo em que os clubes eram muito mais valorizados. Confesso que não sabia, mas no campo notei que havia alguma coisa diferente, com algumas reclamações de algum trato que não estava no programa. Isso aconteceu quando chutei uma bola de fora da área e a mesma bateu na trave, quando ouvi do Lorico, excelente meia da Lusa, falando para o Cabinho e Samarone, que a coisa não daria certo. Dito e feito. Estava "negociada"a partida no trato de dar o máximo de espetáculo e se um time fizesse o gol, fatalmente teria que tomar para o empate. Não sei quem "arrumou" a coisa, a verdade é que ninguém perdeu dólares das diárias, o bicho foi pago pelo empresário e a torcida ovacionou as duas equipes. O jogo, bem o jogo, terminou em 0x0. Fim da história, 3 dias depois num treino amistoso, o Coritiba F.C. venceu a Portuguesa por 4x1. Logo após, as delegações foram repartidas, indo a Portuguesa para Atenas e o glorioso para Roma.
Quem não conta dinheiro, conta história.
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