Nas grandes vitórias de sua história, o Coritiba F.C., contou com técnicos excepcionais destacando-se as importâncias de Ênio Andrade, Renganeski, Filpo Nunes e Elba de Pádua Lima. Conheci e trabalhei com todos. Esses profissionais trabalharam em uma época de poucos recursos, administrativo e financeiro, desenvolvendo seus conhecimentos mais pela prática de campo, e sem nenhuma estrutura científica na preparação de atletas. Fazia-se um aquecimento de 30 minutos ao redor do campo, com todos os jogadores participando, e sem henhuma distinção quanto as posições de cada um, vindo depois, o que todos mais gostavam, a prática com a bola. Treinamentos com chutes ao gol, lançamentos para os cantos do campo com as duas pernas, impulsão para o salto, tanto defensivo como ofensivo e, para finalizar, vinha o famoso 2 toques, atividade progressiva com a bola, que era uma maneira de relaxar. Na sexta feira cada atleta tomava uma injeção de B-12, tudo isso para dizer do lado incipiente das coisas se compararmos nos dias de hoje, na progressão estrutural e científica no esporte. Acredito então, que neste momento os senhores gostariam de saber onde quero chegar. Pois bem. A diferença está no comportamento dos técnicos atuais, onde os anteriores tinham mais simplicidade no trato com seus jogadores, fugindo de demonstrações de alto suficiência. Tinham muita visão de jogo e se relacionava com seus jogadores com muita facilidade no vestiário, até pelo sentimento da própria vida que tinham passado. Não alardeavam vantagens táticas, pois, entendiam que seus "alunos" sabiam tecnicamente resolver os problemas em campo e, por isso, ficavam no mínimo 1 ano na convivência diária dentro do clube e quando saíam deixavam um rastro de conhecimento da prática e sabedoria do futebol.
Certo ou errado?
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