sábado, 23 de janeiro de 2010

Don Filpo Nunes.

Guardo comigo boas recordações de um dos melhores técnicos com quem trabalhei, Don Ernesto Filpo Nunes, argentino de nascimento e que se tornou um grande estrategista no futebol brasileiro com suas famosas"manobras" táticas, como também, bastante polêmico ao falar de futebol para uma imprensa que o via como um milongueiro. Foi através dele que vim jogar aqui em Curitiba, por conhecer meu futebol, num momento em que o Coritiba F.C., mudava seu plano de ação na busca do tão sonhado tri-campeonato. Foi Don Filpo Nunes quem criou a famosa Academia Palmeirense com extraordinários jogadores como Djalma Santos, Dudu, Ademir da Guia, Ferrari, Vavá, Servilio, Julinho Botelho, etc, etc. que encantou a todos pela disciplina e forma tática de jogar. Muitas vezes me vi jogando contra a equipe de Palestra Itália e notava a diferença no comportamento tático, independentemente, da qualidade de seus astros e também da boa distribuição de tarefa dos jogadores. Fora das quatro linhas, sempre bem trajado, estava ele garbosamente explicando a tudo e a todos como sua equipe jogara, sabendo enfeitar o pavão de forma inteligente, pois,tendo um fabuloso elenco alguma sardinha para seu lado tinha que puxar. De repente, por indicação do Presidente da Federação Paulista,um dos maiores dirigentes do futebol brasileiro, Sr. Joaõ Mendonça Falcão, chego por aqui para conversar com Filpo e ver da possibilidade de encaixar-me no seu time. Como na época não se tinha conhecimento algum do futebol de outras praças e com Evangelino pouco sabendo da minha existência, foi a seu pedido que realizei alguns treinos e amistosos, fechando contrato que na verdade ficou para sempre. Foi arrumando a equipe aqui e alí, acertando com Célio no gol, Hermes, Nico, Oberdan e Nilo, no meio me ajustei com Bidon e Krugger, contando na frente com a velocidades dos pontas, Passarinho e Rinaldo, ficando Werneck como centro avante. Incrivelmente, já que não tinha trabalhado com nenhum do elenco, conseguiu exatamente 23 partidas invictas, até que por problemas pessoais o atrapalharam e foi demitido pela direção alviverde. Claro, terei outros momentos para explicar o porque, mas só de passagem garanto aos senhores foi o maior erro que vi cometer Evangelino Neves. Saindo daqui foi criar o famoso Carrosel no Cruzeiro, o pim, pam, pum, com Piazza, Dirceu Lopes, Tostão e Zé Carlos. Presto minhas homenagens a voce Filpo, mesmo no ceú, agradecendo-o por ter acreditado em mim.
Quem não conta dinheiro, conta história.

Nenhum comentário: