sábado, 2 de janeiro de 2010

João Havelange parte IV.

Enquanto Havelange olhava com muito interesse o universo do futebol, chegamos a Copa do Mundo de 82 na Espanha, quando novamente tivemos um time colossal nas mãos do técnico Telé Santana. Estava na presidência da CBF, Sr. Giulite Coutinho, uma pessoa de muita educação, torcedor do América Carioca e homem ligado aos negócios de café. Giulite teve uma boa passagem pelo comando do futebol brasileiro, principalmente, tentando acertar a casa no aspecto administrativo, pois, acirrado estava uma oposição com outros personagens na época. Por esta fatalidade do futebol, perdemos mais uma grande chance de ganhar um Mundial e as coisas já não andavam bem com a proximidade de outra Copa. Com a grande amizade de Havelange com Ascarraga, dono do império de comunicação no México, aquilo que se esperava para os Estados Unidos, ficou mesmo com o México. Depois de mais uma perda esportiva, desclassificado nos penaltis, esquentou a política esportiva brasileira, fazendo com isso que Giulite deixasse a CBF com a chegada do Heleno Nunes. Naquele momento o futebol brasileiro andava em baixa e mesmo com a boa vontade do Almirante, recordam os senhores com o slogan político "Onde tem Arena constroi-se um estádio" , notava-se que estava de passagem no cargo, até porque, estava também com sua saúde debilitada. Sempre acompanhando com interesse o futebol brasileiro, Havelange vendo as coisas mal paradas tomou por iniciativa um trabalho de fortalecimento político à favor do seu genro, Ricardo Teixeira, então um desconhecido do mundo esportivo. Este trabalho começou em uma excursão da Seleção Canarinho em campos da Inglaterra, cujo técnico naquela oportunidade foi Carlos Alberto Silva, que iniciava seu trabalho com renovações de jogadores que vieram a ter destaques, como Tafarel, Romário, Bebeto, Raí, etc. Como estava presente nesta cobertura e tendo uma boa amizade com Silva e Peralta que chefiava a delegação brasileira, ouvia e sentia que alguma coisa poderia estar mudando para o Mundial da Itália. Isso foi em 1987. Como a Seleção Brasileira sempre foi requisitada, mais um convite e desta vez pelos gramados nórdicos terminando em Estocolmo com a comemoração dos 30 anos da conquista do Brasil da Copa maravilhosa conquistada em 1958. Neste ano de 1988 viria então as Olimpíadas de Seul, quando descobriu-se que a campanha do Ricardo Teixeira estava de vento em popa, por um título não conquistado e sem a medalha de ouro, produto da discórdia da queda de Nunes na presidência da CBF contando com as críticas da imprensa com a finalidade de se reorganizar para o Mundial da Itália.
( foto de Giulite Coutinho)

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