sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

João Havelange parte III.

Quando chegou ao poder, graças ao seu desempenho em países abandonados a qualquer tipo de sorte no futebol, Havelange iniciava um percurso de comando internacional que durou por 24 anos. A sua 1ª Copa do Mundo como dirigente máximo foi na Argentina em 1978, país este que vivia um luta interna, politicamente dizendo, com contrariedade admitida pela falta de empregos. Conto aos senhores, que meses antes desse Mundial de Futebol fui transmitir pela então extinta, Rádio Universo, um jogo que valia Copa Atlântico em Buenos Aires. Haviam umas 15 emissoras brasileiras para o relato desta partida e que infelizmente foram prejudicadas num conflito de interesses, comentava-se que seria obra da facção dos tupamaros, com o corte de toda a comunicação Estádio Nunes/Brasil, no intuito que houvesse retaliações da imprensa em geral, na demonstração da falta de capacidade na realização do Mundial. De retorno fui avisado que a direção da nossa emissora recebera um aviso expresso assinado pelo então Ministro das Comunicações, General Ernesto Geisel, que levasse em consideração os problemas havidos afirmando que o Governo Brasileiro estava solidário a realização do evento no país vizinho. Para quem não sabe nesta época os radialistas brasileiros eram "vigiados" na interpretação de contrariedade ao comando que era exercido pelo próprio exército. Ninguém resistiu ao apelo e ficou-se no aguardo que providências acontecessem. Veio a Copa e notamos que a segurança foi dura e enérgica dentro do país, que teve no comando do General Videla e a mão solidaria do Havelange na realização deste evento com exigências, dizem, na liberação de presos políticos . Recebeu com isso, João Havelange, uma honraria com Comenda da Ordem dos Cavaleiros do país. Argentina ganhou o título e o Brasil campeão moral em 3º lugar.

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