domingo, 3 de janeiro de 2010

João Havelange parte V.

Ainda neste período de 1987/88, quando destas excursões houve um momento em que a CBF precisou de dinheiro para pagar prêmios daquilo que estava convencionado com os atletas, sendo na cidade de Oslo, na Noruega, de onde partiu o contato com o Havelange para que pudesse socorrer o selecionado brasileiro em excursão. Não sei precisar a quantia mas a situação foi resolvida com envio do dinheiro saindo da Suiça dos cofres da FIFA. Depois de Seul, a aproximação dos diretores que estavam ao lado do Nunes era um fato consumado, sem que houvesse um apelo maior do Heleno, que tentava ficar fora do foco em tudo sentindo-se prejudicado na partida final em que a equipe brasileira perdeu com erro de arbitragem. Na verdade entendia como uma ingerência a presença do Havelange perto da CBF. Coisa boba, afinal, teria que ser respeitado o mandatário maior do futebol Mundial e como não aceitou, a campanha veio forte, com a mão do João. Eu mesmo participei de uma reunião na Federação Paranense de Futebol, quando Onaireves reuniu a nata dos dirigentes da época, como Farah, Márcio Braga, Eurico Miranda, Perondi, Giuliare e outros iniciando a campanha a favor de Ricardo Teixeira. Foi uma covardia que até hoje predomina no futebol brasileiro. Sem nenhuma experiência de comando, Teixeira, então começava seu reinado, mais errando do que acertando, vindo a 1ª competição internacional, a Copa América no Brasil de 1989. Ouvindo a todos, hoje não mais, Ricardo teve vários problemas e que sempre teve uma mão amiga do Eurico Miranda, que o fez diretor de futebol do selecionado brasileiro . Em um dos trechos desta cobertura, por coincidência estava eu lá, em uma mesa conversando com o famoso árbitro Sansão, Ayrton Vieira de Moraes, em um jantar no Hotel Meridien em Salvador, notamos Ricardo preocupado com o mal resultado de empate na Fonte Nova contra a equipe peruana. O ambiente não era nada favorável ao selecionado e ao técnico Lazaroni, que tinham em seus costados uma torcida baiana enfurecida pela não convocação do jogador Charles do Bahia. Pois bem, chegando ao nosso canto fez os comprimentos normais perguntando ou pesquisando, que tal a troca do técnico pelo Falcão, que naquele momento fazia reportagens para uma TV italiana. Incontinente fomos contrários, afinal estávamos também em ritmo de Eliminatórias da Copa da Itália. Foi quando chegou Eurico Miranda dando ordens de permanência ao Lazaroni indo ao seu encontro em outro hotel, 4 Rodas, definindo de vez sua sequência de trabalho. Por sugestão ou não no contato permanente com Havelange, a verdade é que a equipe brasileira saiu de Salvador e foi amparado pelos pernambucanos, não só ganhando a partida seguinte como o título no ultimo jogo no Maracanã.

Amanhã iniciaremos falando sobre o desastre da Copa do Mundo/1990.

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