quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Tempos diferentes.

Só vai lembrar quem viveu os anos dourados do Coritiba F.C., que foi naturalmente os de 70, quando se verificou a maior quantidade de títulos conquistados na sua história. Após as conquistas do Tri-Campeonato Paranaense, Fita Azul, Torneio do Povo e grandes participações nos Brasileiros, convivi um momento muito difícil no clube, notando o presidente Evangelino preocupado tremendamente com o aspecto financeiro, não podendo ficar com jogadores excepcionais para a temporada de 1974, como Oberdan, Orlando Lelé (que Deus o tenha), Braúlio, Leocádio e outros bons atletas, e com isso tendo que reformular o elenco, utilizando-se de alguns garotos da base no preenchimento para treinamentos, tendo dificuldades com técnicos de futebol, onde em pouco tempo sairam Lanzoninho e Yustrich, que não se adaptaram com resultados favoráveis, pois, a equipe perdia na época muito da sua qualidade individual, tendo inclusive, aceito uma proposta de apoio ao clube para dirigir a equipe neste período de vacas magras até que estabelece-se uma melhor ordem financeira. Terminado o Campeonato Brasileiro, disputado neste ano de 74 no 1º semestre, ficava a dúvida de se ganhar o Tetra-Campeonato, mostrando a necessidade de completar a equipe com melhores jogadores. Reunido com o Evangelino, Damiani, Hélio Alves e demais dirigentes, recordo que a pedido do "Chinês", a escolha de um técnico seria necessário após 5 meses, quando tive o prazer de colaborar nesta penosa profissão, indicar alguém experiente e que entendesse tal estágio. Entre alguns, escolhido por mim, veio Armando Renganeski, no qual já havia trabalhado comigo quando do título de acesso em Piracicaba em 1967. Antes de assinar o contrato, Renga, pela grande amizade constituída em outro momento de nossas carreiras, foi a minha residência, e ficamos por longo tempo falando o momento do clube e a equipe alviverde para a temporada estadual. Como vinha da condição de técnico, gostaria de ser seu auxiliar, qual não foi a surpresa de que precisava de mim no campo, onde não jogava mais de 5 meses, se não iria embora. Lá fui treinar exaustivamente, pois, entendia que ele estava certo e, pela necessidade, deixei de lado pendurar a chuteira e fui para a luta. E que luta. Outra boa pessoa de convivência, o diretor de futebol Estevão Damiani, que conhecia o amplo mercado de jogadores e "pão duro" no trato do dinheiro, foi também importante quando trouxe excelentes atletas como Plein, Zé Maria, Oliveira, Nelson Lopes e Antoninho (autor do gol do título contra o Pinheiros). Só de lembrança este campeonato teve 3 turnos e o Coritiba F.C., ganhou todos os turnos, numa campanha memorável. Era simplesmente o quarto título seguido. Saindo do campo, a galera em massa foi a Sede e Salão de Festas comemorar com os jogadores e comissão técnica. Em determinado momento, sentado ao lado do Evangelino e Renganeski, fiz a seguinte pergunta ao Chinês, o porque de não se criar um clube social, e ter melhores condições financeiras. Resposta curta: "Capitão , não posso perder tempo em azulejar piscinas, pois, o dia que perder um título, os meus inimigos vão me tirar daqui." Coisas do tempo. Agora querem até derrubar o Estádio Couto Pereira, onde os atuais dirigentes nem sabem da história deste clube.
Quem não conta dinheiro, conta história.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom dia Capitão.
Acompanhei do esse tempo de conquistas e glorias e me sinto honradoi em saber que o senhor veio e ficou.

Já quanto ao estadio gostaria de deixar uma pergunta no ar,quem nao lembra da antiga churrascaria do Couto aonde se não estou enganado demorou uns 10 anos para sair de lá,muito bem gostaria de saber qual vai ser a magica pra tirar a atual de lá pois até onde sei enfiou dinheiro na construçao e estacionamento,sem falar que já existe um ponto aonde trabalharam para conquistar,será que sai facinho,facinho?

Albano