quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O carro dos sonhos do Oberdan.

Em tempos de vacas magras, era useiro e vezeiro o presidente do Coritiba F.C., Evangelino Neves, pagar luvas oferecendo uma parte do dinheiro na compra de um carro. Foi assim por algum tempo, e era visível quem aceitasse, pois, a cada dia de treino chegavam os jogadores com seus possantes (Opala Chevrolet), diferenciados nas cores. Cada um no seu gosto, calotas esportivas, carro rebaixado, pneus com medidas maiores, enfim, era um verdadeiro desfile a apresentação no dia a dia. Como Neves tinha um grande amigo e conselheiro do clube, Osíres, que trabalhava na Dipave, que por coincidência tem um filho com o mesmo nome, coxa e brilhante na odontologia e que sempre nos atende, era terminar o contrato e aceitar ou não a parcela das luvas em adquirir o automóvel. Que me lembre, a marca deste carro está em minha cabeça, pois, por muitos anos fui adquirindo, só é claro, com as mudanças de modelos da temporada. O único intransigente nas renovações de contratos sempre foi o jogador Oberdan, entendia que sempre levava no "bico" o Chinês, exigindo mundos e fundos, a ponto de dizer que todos eram uns trouxas em aceitar as prerrogativas do então presidente. Por estar sempre perto das coisas naquela época, sabia perfeitamene a dificuldade de se dirigir um clube com tantas vitórias e que só tinha uma receita, o público no Estádio Belfort Duarte. Determinado ano, Evangelino teve um carro da moda, um Dodge Dart, bonito, elegante nas cores branca e preta, carro na verdade para jovens e que mexeu muito com o zagueiro do verdão. Não teve dúvidas, "só renovo com a transferência do seu carro, Neves." Matreiro como sempre, o Chinês fez-se de rogado, dificultando a negociação até o momento do acordo. Passados alguns dias, na concentração o Evangelino me chama para contar seu feito: o "Catarina" apelido do Oberdan, pensa que só ele é inteligente. Quiz saber o porque. Pensei, o Chinês deve ter preparado uma arataca. Dito e feito. O carro gastava tanta gasolina que ficava mais na garagem do que saía, onde os atletas gozadores, perguntavam pelo automóvel até chegar ao momento de dizer: "O homem não paga por esperar." Risada total com o Chinês piscando para todos.
Quem não conta dinheiro, conta história.

Um comentário:

Anônimo disse...

Capitão Hidalgo
Me sinto muito orgulhoso em ser o primeiro a postar aqui nesse blog pois uma historia dessas faz bem pra alma de quem lê.

Parabens mesmo meu bom amigo.

Albano