Terminado o Estadual Paulista de 1968, estava nessa época jogando pelo XV de Novembro, sim, da querida cidade de Piracicaba, onde tive a oportunidade de participar de um amistoso contra o Cruzeiro das Alterosas , que vinha com o grande título da Copa do Brasil/67, contando com extraordinários jogadores como Dirceu Lopes, Tostão, Piazza, Raul, Evaldo. Enfim,aquele timaço considerado até hoje como um dos melhores da história do futebol brasileiro. Foi numa data festiva da Noiva da Colina. Para não ficar por baixo, já que o time quinzista também desfilava excelentes jogadores, a vitória ficou por conta do famoso “Nhô Quim”.
Vocês devem estar loucos para saber qual o final desta história, mas antecipo ser uma recaída ou devaneio de minha carreira como jogador de futebol. Mas aconteceu, pois, pois esse amistoso é que fui convidado a jogar em Belo Horizonte. Depois dos acertos para o devido empréstimo, e não tendo calendário para o semestre do ano, a verdade é que os diretores do XV não queriam negociar por nada desse mundo a venda do atestado liberatório. Então por empréstimo fui jogar no Atlético Mineiro. Como a imprensa mineira me valorizou naquele amistoso, lá fui com o único objetivo de melhorar meu conceito esportivo. O time da moda dos mineiros, contudo, era naquele momento o Cruzeiro, e não por menos, afinal, com aquele baita elenco.
Com o tempo fui conhecendo as entranhas do Galo das Alterosas, que vivia uma fase muito difícil, em que pese todo ardor do Presidente Carlos Alberto Naves, um arquiteto dos bons e de muito conceito na cidade Nas oportunidades que tinha, ia ao bairro de Lourdes, local da sede atleticana, para conhecer mais coisas deste clube tão popular com uma torcida imensa. O campo de treinamento era muito ruím, mais terra do que grama, e quando o técnico, Fleitas Solich, precisava de um bom coletivo, lá ia a “jabiraca”, um ónibus caindo aos pedaços até a cidade de Vespasiano. A situação, portanto, não era própicia e a troca de técnicos era uma constante. Em pouco mais de 3 meses que fiquei em BH, além do Solich, passaram outros técnicos, como, Nilton Santos e por fim Yustrich.
Retornando ao futebol paulista, ficava a imaginar como um clube daquele com uma torcida fervorosa poderia passar por tantas dificuldades. Nos coletivos, conversando com o talentoso técnico, Barbatana, notava jogadores talentosos, como o Marcelo Oliveira, Ronaldo, Vaguinho, Spencer, Humberto Monteiro, Toninho Cerezzo, Paulo Isidoro, Lacy, Grapette, Vantuir, Normandes. Enfim, um celeiro que anos depois (1971), jogando pelo Coritiba, vi essa geração com Telé Santana chegar ao único título brasileiro.
Claro, outros dirigentes foram chegando e o Galo Mineiro foi crescendo, tendo hoje uma Vila Olímpica e milhares de sócios, mostrando ser um clube muito mais organizado. Vendo o jogo, de ontem pela TV, na magistral vitória contra o São Paulo(4×1), fui relembrando aqueles momentos vividos dentro deste clube, onde chego a conclusão de que a soma dos valores de uma boa administração, objetivo, torcida frénetica, bons jogadores e uma comissão técnica experiente, faz-se a diferença. Finalizando, não devo esquecer do polêmico, mas brilhante, Presidente Alexandre Kallil. Grande momento do Galo Vingador.
Lembre-se: Que o melhor da sua vidad é sua história.
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