Domingo é o dia da adrenalina. Desde os tempos como jogador de futebol e, nesses 33 anos de rádio esportivo, não me vejo em outra coisa. De uns tempos a esta parte, para quebrar o gelo, começo a gostar de escrever, diariamente, onde noto me pegando em fatos desta vida esportiva. Será por nostalgia ou recordação? Acredito muito mais na recordação, pois, tantos são os momentos desta "aventura" que misturo, o momento com o passado, e com toda a franqueza é no domingo que me atrapalho todo. Então é nesse instante que vêm à lembrança algumas passagens, como exemplo, um determinado dia estar em Varsóvia/Polônia, com o brilhante Luís Augusto Xavier à procura de um correio, no envio das suas matérias aos Jornais Estado do Paraná e Tribuna. Isso foi em 1985. Com o regime comunista em ebolição, tendo que mostrar a todo momento, o visto de entrada e saída, inclusive, com o papel bancário da conversão do dólar, íamos nós andando nesta bonita cidade atrás do objetivo do Xaxá. Notávamos um povo retraído, sem nenhuma idéia futura e vivendo nessa exigente política retrogada, do Leste Europeu. Confesso que a tristeza tomou conta e um dos motivos para sair deste pesadelo, seria torcer pela Seleção da Polônia que jogaria com a Bélgica, valendo a classificação para o Mundial do México/86. Para não estender o fato, achamos o tal correio e, surpreendentemente surge à porta uma senhora com quase 2 metros de altura, vestindo roupa de exército e portando uma metralhadora nas mãos falando coisas jamais ouvidas. Usando o famoso jeitinho brasileiro, "o sorriso", conseguimos o intento. Quanto ao jogo, este foi realizado em Chorchov, cidade perto de Katowice com resultado de 0x0 que classificou a Polônia de Boniek , com transmissão inédita e exclusiva para o Paraná e Brasil, pela extinta Rádio Cidade AM-670, contando é claro com a nossa torcida, mas a vitória maior estava reservada em 1989 com a Queda do Muro de Berlim e, consequentemente, a extinção do regime.
Quem não conta dinheiro conta história.
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