Como havia prometido na coluna anterior, tudo pelo mal momento que vive o goleiro Edson Bastos, passei a memorizar alguns companheiros com quem vivi no campo de jogo, dessa que é uma posição específica no futebol, pois, ser goleiro não é uma tarefa facil. Tenho boas lembranças de Claudinei no Juventus e XV de Piacicaba, aliás, foram seis anos de convivência profissional sempre mostrando muita competência. Com espiríto de “caipira” , nascido em Olimpia/São Paulo, contava causos na sua forma de brincar quando necessário, mas sua segurança embaixo dos tres paus foi sua mola mestre em se consagrar como um dos bons numa época de Gilmar dos Santos Neves, Castilho, Waldir de Morais, Laércio, Orlando, Cabeção, Machado, Rosan, Mão de Onça e outros.
Quando aqui cheguei(1970) contratado pelo Coritiba, pensei quem seria e qual a qualidade do goleiro do meu novo time. Afinal, tomando por base os muitos anos da prática do futebol em São Paulo, sabendo da importância de ter um cara lá atrás para salvar as coisas no momento certo, e pouca coisa de conhecimento do futebol que se jogava por aqui, fiquei alerta. O Coritiba vinha de um Bicampeonato(68 e 69) com um goleiro de nome Joel Mendes, que assombrou a todos em uma excursão do Verdão pela Europa, que o levou a jogar no Santos de Pelé. É o que mais ouvia em meus primeiros dias de treinamentos. Legal, mas cada vez mais queria ter a certeza qual seria o titular a partir daquele instante.
Seus nomes: Célio Maciel, Carvalho(vindo do Jandaia), e dois garotos, Rogério e Altevir. Para não perder o fim da meada, Altevir acabou se revelando um grande goleiro jogando no Atlético, posteriormente, e Rogério esteve pelo Cascavel, Ceub de Brasília e foi parar no Rio de Janeiro jogando pelo America e ganhar títulos no futebol carioca. Então, com a saída do Joel, na chegada do técnico Filpo Nuñes para dirigir o time a titularidade passou à Célio Maciel, que vinha na reserva no período do “italiano” de Santa Felicidade. Desse momento, Janeiro de 1970 até ínicio de Agosto de 1972, foi Célio quem escreveu a história dos goleiros no Clube. Não tinha uma boa estatura, franzino, mais com posicionamento na baliza de fazer inveja e quando possível saia jogando com os pés na intermédiaria. Depois de excelente passagem pelo clube com títulos conquistados, ainda jogou pelo Pinheiros, Figueirense e ao abondonar, participou como auxiliar e se especializou em treinamentos para goleiros. Para quem não sabe, Célio chegou a trabalhou com o técnico Felipe Scolari no Japão.
A história segue com a chegada do goleiro Jairo do Nascimento. Pouco se ouvia falar no “negrão”, a não ser que tinha jogado no futebol catarinense e contratado pelo Fluminense. Como o Coritiba precisava de mais um goleiro, pois, tinha a frente uma excursão à Europa, com a famosa conquista da Fita Azul de 1972, foi o supervisor Almir de Almeida quem sugeriu trazer o Jairo, dizendo que já o conhecia por ter trabalhado com ele em seus tempos de Fluzão.
Na época de ouro em que os grandes times brasileiros excursionavam, o Coritiba fazia parte deste rol, havia a troca de amistosos internacionais contratuais sempre intermediado pelo empresário Elias Zacour. Veio parar por aqui a Seleção do Zaire, esquema político do João Havelange que buscava ganhar a FIFA, e o nosso protagonista Jairo fazia sua estréia. Foi na verdade uma péssima apresentação onde o Jairo veio a tomar tres gols de um time fraco. Só para registrar o problema é que o time que o técnico Aimoré Moreira colocou em campo era de reservas. A verdade é que pegaram no pé do “negrão”. Um determinado dia, já na excursão estavamos em Casablanca notei o Jairo muito triste. Disse a ele que o dia chegaria para provar sua competência. Para resumir, fez sua verdadeira estréia num Atletiba na volta da Europa, passando a ser titular por 5 anos indo depois ao Corinthians e Seleção Brasileira. Escrevi tudo isso em homenagem aos competentes goleiros que vivenciei por algum tempo em minha vida.
Até a próxima.
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